(Foto: Angelo Luca Iannaccone/ Pixabay)

Encontrar uma nota na rua ou esquecida no bolso da calça desperta muitos sorrisos hoje; mas nem sempre foi assim. Antigamente, outros objetos representavam os valores. E no futuro, como será? Investigando e contando a história da relação do homem com o dinheiro, o documentário inédito e original O Outro Lado da Moeda estreia com exclusividade no canal Curta!, no dia temático Sextas da História e da Sociedade, 31 de janeiro, às 22h30.

Viabilizado por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com produção da Giros Filmes, a produção lança mão de imagens de arquivo e depoimentos inéditos de economistas, historiadores e especialistas para apresentar uma cronologia da história da moeda e discutir panoramas e inovações que transformaram o modo como o dinheiro circula e, consequentemente, a sociedade.

Com direção de Lívia Cappelari e Rogério Pixote, a obra é dividida em quatro partes. Na primeira, acompanhamos a história da moeda e seu desenvolvimento. De uma variedade de objetos utilizados como meio de troca entre mercadorias até a criação do dinheiro, forjado e concebido pela sua praticidade, passeamos também pela história da humanidade.

“A primeira coisa que é importante entender: o dinheiro nasce como um conceito, para mensurar valores, mensurar bens e serviços, dívidas e créditos. É um grande passo para a humanidade inventar esse conceito”, explica Simone Deos, professora do Instituto de Economia da Unicamp.

O documentário se utiliza de recursos gráficos para explicar, de maneira didática, conceitos de economia como liquidez, arbitragem financeira, políticas cambiais e financeirização. Ao analisar, na segunda parte, o estado atual da moeda, que deixa de ser algo impresso só pelo governo e vira um sinal magnético, passando a circular com facilidade e tornando o sistema financeiro global, a obra mostra como território e o tempo desaparecem.

A facilidade na troca comercial se tornou mais prática, mas trouxe consigo riscos. Atividades tradicionais como a industrial deixam de ser protagonistas na economia, o capital improdutivo começa a prosperar e, com ele, problemas como alta taxa de juros e inadimplência. “É muito importante lembrar que a Constituição de 88 considerou esse problema. Então, no artigo 192, sobre sistema financeiro nacional, estava estipulado que o sistema financeiro deve servir aos interesses da sociedade. Mas tiraram esse artigo”, Ladislau Dowbor e economista e professor da USP.

Apresentando possibilidades e propostas criativas ao novo cenário econômico, as terceira e a quarta partes discutem a moeda digital. Entre elas, o e-dinheiro, plataforma digital da rede brasileira de bancos comunitários; e as moedas sociais, como a Mumbuca, em Maricá, no Rio de Janeiro, que aumentou o arrecadamento da cidade e financia projetos e iniciativas como ônibus com tarifa zero.

O documentário mostra como os bancos comunitários pouco a pouco vão conquistando seu espaço e se tornando agentes sociais ligados ao desenvolvimento econômico de pequenos negócios, fazendo o dinheiro circular dentro da própria sociedade. Com mais de 30 mil comércios que utilizam a moeda social e movimentando mais de R$ 1 bilhão, o Banco Palmas, de Fortaleza, é um dos exemplos estudados na obra.

“A moeda social é um ativo financeiro, que é lastreada em reais, mas que tem como objetivo gerar riqueza para o local. Ela circula no território e essa circulação gera a riqueza. A taxa gerada na compra volta para o banco comunitário para ele reinvestir na comunidade, com crédito a juro zero. A riqueza gerada não é apropriada privativamente, ela é reinvestida de forma social na própria comunidade”, explica Joaquim Melo, coordenador do Banco Palmas.

“O Outro Lado da Moeda” é uma produção original do Curta!. O documentário também pode ser assistido no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br), um dia depois da estreia no canal.

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