‘A Hora da Estrela’, escrita por Clarice Lispector, conta a história de Macabéa (Marcélia Cartaxo), migrante nordestina que vive em São Paulo (Foto: Divulgação/ CineSesc)

O CineSesc 2025 anunciou, nesta semana, ter licenciado um rico acervo de 44 longas-metragens nacionais e internacionais, além de um conjunto de quatro curtas, para exibição em todo o país até novembro. O catálogo reúne produções recentes e clássicos do cinema nacional, além de obras icônicas dos cinemas africano, asiático e europeu, muitas das quais premiadas em festivais no Brasil e no exterior. As sessões são gratuitas e seguem a programação das unidades do Sesc em cada estado. Em março, celebrando o Dia Internacional da Mulher, haverá 44 sessões do clássico A Hora da Estrela, apresentada em cópia restaurada e em 4K, no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Acre e Tocantins.

“Mais do que oferecer acesso a filmes de qualidade, o CineSesc busca fazer a reaproximação do público com as salas de cinema, um hábito que foi reduzido após a pandemia e ainda não se recuperou plenamente”, afirma Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc. Além disso, avalia a diretora, muitos dos filmes selecionados dificilmente são encontrados no streaming ou no YouTube, o que torna o CineSesc uma oportunidade para o público conhecer produções diferenciadas.

Nesta edição, o CineSesc fez recortes no catálogo em forma de Panoramas e inaugura a Retrospectiva Brasil para destacar obras de cineastas nacionais relevantes. O homenageado desse ano é o mineiro André Novais, reconhecido por retratar o afeto em suas produções, trazer a família e os amigos para atuarem em seus trabalhos e colocar a cidade de Contagem (MG), onde mora, como cenário principal de suas obras. Sete de seus filmes, incluindo quatro curtas e três longas, fazem parte do acervo do CineSesc 2025. “É um artista cuja trajetória pode inspirar outros realizadores a entenderem a força das periferias como territórios criativos”, avalia Janaina.

Temas do CineSesc 2025
A obras foram selecionadas com recortes temáticos sobre longevidade, diversidade, produções infantojuvenis, documentários e biografias de personalidades marcantes da cultura brasileira. No Panorama Nacional, o público poderá conferir produções que refletem a riqueza cultural do país e resgatam a força de clássicos do cinema brasileiro. Uma delas é justamente A Hora da Estrela (1985), protagonizada por Marcélia Cartaxo. Entre as produções recentes destaca-se Estranho Caminho (2023), do cearense Guto Parente, vencedora de vários prêmios internacionais.

No Panorama Internacional, a diversidade global do cinema é destacada com títulos que vêm da África, da Ásia e da Europa. Entre eles está Mami Wata (2022), produção nigeriana que explora a mitologia desta divindade do oeste africano e que teve na direção de fotografia a brasileira Lílis Soares. O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Sundance.

O acervo também inclui três obras do diretor, ator e poeta senegalês Djibril Diop Mambét, artista reconhecido internacionalmente: O Franco (1994), Hienas (1994) e A Pequena Vendedora de Sol (1999). Da Ásia, obras como Monster (2023), filme japonês premiado em Cannes.

O público infantojuvenil terá à disposição 11 filmes, incluindo a animação indicada ao Oscar 2024 Meu Amigo Robô, que trata do relacionamento entre um cachorrinho e seu parceiro tecnológico; e o brasileiro Princesa Adormecida, estrelado por Maísa Silva, com a história de uma adolescente superprotegida pelos tios que descobre, aos 15 anos, ser apenas um sonho aquele mundo que considerava real.

Para ampliar o debate sobre a vida 60+, o Panorama Longevidade reúne filmes que trazem diferentes perspectivas sobre essa fase da vida, como Tia Virginia (2023), premiado no Festival de Gramado e estrelado por Vera Holtz, e Um Dia com Jerusa (2021), com Léa Garcia.

Além disso, o CineSesc 2025 também resgata histórias marcantes para a sociedade brasileira, como Black Rio! Black Power! (2023), de Emílio Domingos, que revisita os bailes Soul no Rio de Janeiro, e Meu Sangue Ferve Por Você (2023), sobre a trajetória de Sidney Magal. Ambos celebram personalidades e movimentos culturais relevantes para várias gerações.

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