Análises e Dicas #944 – A Semente do Fruto Sagrado (Dane-ye Anjir-e Ma’abed)
– Sinopse: Teerã, capital do Irã, 2022: o assassinato de uma jovem leva a um levante feminino contra o uso do hijabe (vestes que cobrem cabeças e corpo das mulheres). Durante a tensão, um promotor de Justiça vê a família entrar em conflito interno por causa do sumiço de uma arma. Produção franco-alemã, disponível no À La Carte.
– Análise rápida: Usando imagens reais de celular na época dos protestos, quando muita gente acabou morta por se utilizarem do direito de protestar, o roteiro versa sobre patriarcado. Um argumento sólido que usa a família como metáfora para a sociedade machista e misógina radical que toma conta de boa parte do Oriente. Aos poucos, somos apresentados à rotina da família, aos hábitos religiosos, à submissão da esposa às vontades do marido, à forma como as duas filhas do casal enxergam as notícias nas mídias tradicional e alternativa, ao quanto o medo paira sobre a cabeça das três mulheres da casa em razão única e exclusivamente pela profissão do pai. Ou seja, cria-se uma atmosfera de tensão e de total dependência dele até que o roubo da arma passa a ser uma espécie de levante interno, pois faz-se o mesmo caos e cenário de injustiça do “mundo lá fora”: perseguições injustas, brutalidade, modus operandi ditatorial, despotismo e intolerância ao pensamento diferente, ao modo diferente. Preconceito puro, desmedido e completamente ultrapassado. Fica, ainda, a lição político-social: enquanto um lado comete atrocidades usando o sistema, a oposição se utiliza de artimanhas seculares: notícias falsas para fazer lavagem cerebral nos apaixonados por políticos e “ideologias” de estimação. Não há bom extremo. DE NENHUM LADO. Ressalvas: é arrastado, principalmente na conclusão. Parece que nunca vai chegar ao fim. Faltou dinamismo.
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