Foto: Divulgação Golden Globes

Já são 82 anos da maior premiação da TV estadunidense e a segunda maior do cinema (atrás apenas do Oscar). Mas há tempos (desde 1999) o Brasil não tinha tanto a comemorar. Na noite deste domingo (5), o Globo de Ouro laureou Fernanda Torres com o troféu de “Melhor Atuação Feminina em Filme de Drama” por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, o segundo prêmio da história do país.

O primeiro, curiosamente, foi de Central do Brasil, em 1999, como “Melhor Filme em Língua Estrangeira”, que tinha Fernanda Montenegro, mãe de Torres, no protagonismo. Na época, ela concorreu como melhor atriz ao Globo de Ouro e tambem ao Oscar, mas não venceu nenhum.

Ainda Estou Aqui traz cinebiografia dos Paiva, no Rio de Janeiro, durante o período da ditadura militar no Brasil, quando o pai, Rubens (Selton Mello), engenheiro e ex-deputado, “desapareceu”, “deixando” quatro filhas, um filho e a esposa, Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), batalhando para encontrá-lo e manter a família em pé. O longa é baseado em livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, autor do best-seller “Feliz Ano Velho”, e único filho homem de Rubes e Eunice (que também tiveram quatro mulheres).

Que história, Walter! E, é claro, eu quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela esteve aqui há 25 anos. E isso é uma prova que a arte pode durar pela vida, até durante momentos difíceis, como esta incrível Eunice Paiva, que eu fiz, passou. E a mesma coisa que está acontecendo agora, em um mundo com tanto medo. E este filme nos ajuda a pensar em como sobreviver em momentos duros como este. Então, à minha mãe, à minha família, para o Andrucha [Waddington, marido de Fernanda], para o Selton [Mello], meus filhos, a todos”, discursou Fernanda, após receber o Globo.

Opinião da página: O filme vai muito além de qualquer questão partidária, pois retrata o sofrimento real, na pele de uma mãe, dentre tantas outras milhares de pessoas, a sofrer com a truculência ditatorial em um Brasil cinzento. Nem Fernanda Torres, nem Walter Salles, nem Marcelo Rubens Paiva e tampouco Murilo Hauser e Heitor Lorega, os roteiristas, porém, utilizaram-se de tal subterfúgio para panfletar. Apenas contaram uma história extremamente humana dentro de um contexto 100% desumano. Eunice Paiva é a personificação da resiliência e da resistência. E Fernanda Torres é o retrato perfeito.

Tal fator, porém, não vinga às injustíssimas derrotas de Fernanda Montenegro por Central do Brasil. Como diz o ditado popular: uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.

1 COMENTÁRIO

  1. Mais que merecido! Que orgulho! Agora estamos na torcida pelo Oscar!!!
    Parabéns pelo artigo! Estou amando o site!!!

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