Em um momento em que aproximadamente 100 barragens em todo o Brasil seguem em risco de rompimento – segundo estudo do Projeto EduMiTE, da Universidade Federal de Minas Gerais -, o documentário Rejeito, dirigido por Pedro de Filippis e produzido pela Enquadramento Produções, chega aos cinemas de todo o país (nesta quinta-feira – 30), às vésperas da efeméride de 10 anos do desastre de Mariana, com distribuição da Descoloniza Filmes.
Além das salas de cinemas do país, a proposta é que o filme tenha um lançamento de impacto social, com exibições em universidades, escolas, equipamentos culturais e eventos e conferências sobre questões sociais e do meio ambiente, com foco especial em comunidades que continuam sob risco de barragens em Minas Gerais.
Fruto de quatro anos de produção, ao se debruçar em situações nas comunidades assoladas por barragens, o filme constrói uma narrativa que joga luz sobre camadas históricas, com foco especial em Minas Gerais, estado marcado por sucessivos desastres e violações e que responde por aproximadamente 61% do minério de ferro bruto no Brasil, em torno de 320 milhões de toneladas.
O documentário acompanha personagens reais impactados diretamente pelo rompimento de barragens e mineração e pesquisadores, como a ambientalista Maria Tereza Corujo (Teca), registrando momentos emblemáticos, como a reocupação da comunidade de Socorro, removida após o rompimento de Brumadinho.

“Ao longo do processo, entendi que o tema central do filme é sobre território, sobre relação com o rio, com a terra, e não uma simples espetacularização dos desastres ambientais”, afirma o diretor, que há mais de uma década documenta os conflitos provocados pela mineração na América Latina.
“O filme vai além da denúncia sobre Mariana e Brumadinho. Ele mostra que esse modelo de exploração continua ativo nos dias atuais, removendo pessoas, apagando histórias e destruindo modos de vida”, explica o diretor. “O filme não se interessa pelo que está cercado pelas fitas de isolamento. Ele não busca imagens apelativas da destruição e corpos na lama. Observamos os bastidores e além, em busca do que está sendo rejeitado”, acrescenta Pedro.
Ao longo de sua trajetória em mostras e festivais, Rejeito foi amplamente reconhecido, recebendo diversos prêmios internacionais. Entre os destaques estão os prêmios de Melhor Filme no FICMEC (Espanha), CineEco (Portugal), Festival Sarancine e Mostra Ecofalante; além da Menção Especial do Júri no Indie Memphis (EUA) e o Prêmio da Juventude no CineEco.
O realizador Pedro de Filippis também foi reconhecido com o prêmio de Melhor Direção no FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental. O filme ainda conquistou o Prêmio do Júri Escolar no One World Romania (Romênia), consolidando sua força como obra crítica, sensível e urgente sobre os impactos socioambientais da mineração.
“Rejeito” estreia em 30 de outubro nos cinemas de todo o Brasil. Para mais informações, acesse os perfis do instagram da Descoloniza Filmes (@descolonizafilmes), da Enquadramento Produções (@enquadramen.to) e o site www.enquadramen.to/rejeito .
SINOPSE
Após os maiores rompimentos de barragens de rejeito da história, novas estruturas ameaçam milhões de pessoas em Minas Gerais. “Rejeito” acompanha uma conselheira ambiental do Estado que enfrenta o modus operandi do governo e das mineradoras, ao passo que comunidades ameaçadas resistem em seus territórios. Com uma abordagem intimista e crítica, o documentário lança luz sobre os conflitos invisibilizados da mineração no Brasil contemporâneo.
FICHA TÉCNICA
- REJEITO, de Pedro de Filippis – 2023
- Português / Documentário / 75 min / Cor – Distribuição: Descoloniza Filmes
- Direção e Fotografia: Pedro de Filippis
- Produção: Leonardo Mecchi, Bronte Stahl e Tarsila Nakamura
- Assistente de Direção: Davit Giménez
- Som: Daniel Nunes
Montagem: Luiz Pretti - Trilha Sonora: Paulo Santos e Gustavo Cunha
- Produção: Enquadramento Produções (Brasil) e Here and Elsewhere (EUA)



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