Análises e Dicas #931 – Maria Callas (Maria)

– Sinopse: Os dias de vida finais de uma das maiores cantoras de ópera da história. Em breve, na Netflix.

– Análise rápida: A última semana de vida de Maria Callas, narrada de maneira intimista, do ponto de vista dela e das poucas pessoas próximas, não faz jus à sua história. Ao roteirizar uma cinebiografia, por mais que seja recortada em um período tão específico, quanto é o caso aqui, é importante se lembrar de que nem toda a audiência tem completo conhecimento sobre vida e obra de tantos artistas, em tantos milênios da história da humanidade. E, aqui, infelizmente, o enredo nos leva a uma figura hipocondríaca, egocêntrica e em plena fase de alucinação existencial. Quando, na verdade, caso quisesse deixar tais adjetivos evidenciados, deveria ter, ao menos, explicado o fato de a soprano ter sofrido de uma doença degenerativa grave (negligenciada por médicos) que atacou, inclusive, sua garganta, praticamente incapacitando-a ao palco, mergulhando-a em profunda depressão e obrigando-a a fazer uso de corticoide, que lhe afetou o coração; além disso, gaslighting, violências sexuais, verbais e psicológicas de seus relacionamentos, principalmente Aristoteles Onassis. O devaneio da prima-dona de tentar voltar ao palco e “escrever” uma autobiografia, porém, traz algo de interessante: um repórter, cujo nome é fruto de seus próprios desvarios, deixa-a menos solitária e serve de fio condutor à narrativa. A fotografia, de extrema criatividade e movimentos diversos, ajudada por um design de produção que preza por suntuosidade e luxo, é o ponto alto do longa: em cores, o período “atual”; em preto e branco, o passado; e granulação em 16mm para passagens importantes que permeiam ambos. Porém, não apaga o erro crasso de turvar a imagem da cantora, por mais temperamental que possa ter sido.

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