Homenagem aos soldados de 1932 (Foto: Rodrigo Romeo/ Alesp)

A Rede Alesp transmite, nesta quarta-feira (9), o tradicional Desfile Cívico Militar em celebração ao aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932. O fato histórico,  símbolo do estado de São Paulo, completa 93 anos em 2025.

A partir das 8h, todos os detalhes da cerimônia, ao vivo, estarão na TV e pelo canal do YouTube da Assembleia, que levará quatro equipes de reportagem ao local. A transmissão contará com comentários do tenente PM e historiador João Vitor Palmeiro, e do capitão Alexandre David de Souza Guedes, porta-voz da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Após o desfile, a Sessão Solene em memória da data, promovida pelo deputado Capitão Telhada (PP), no Palácio 9 de Julho, também será transmitida.

LINK DA TRANSMISSÃO NO YOUTUBE

Documentário
Ainda no dia 9, a TV Alesp lança um documentário especial que revisita os bastidores da Revolução Constitucionalista de 1932 – o maior movimento armado do século 20 no Brasil. Produzido com base em entrevistas exclusivas e imagens de arquivo, o filme apresenta um panorama direto, sem revisionismos, do que levou São Paulo a pegar em armas contra o governo provisório de Getúlio Vargas, exigindo o retorno da ordem constitucional.

A produção, intitulada Revolução Constitucionalista de 1932: a luta de um estado por uma Constituição inicia com uma análise do fim da chamada “Política do Café com Leite”, em 1930, quando Vargas ascende ao poder por meio de um golpe, dissolvendo a Constituição e centralizando o Poder Federal. A quebra dessa lógica política – que alternava o poder entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais – acende o estopim do descontentamento paulista.

Ao contrário da narrativa simplista de que a revolução foi um levante das elites cafeeiras, o documentário mostra que houve forte mobilização popular. Comerciantes, trabalhadores, estudantes e até adolescentes mentiram a idade para se alistar. Mulheres atuaram na retaguarda e na linha de frente, como é o caso simbólico de Maria Soldado, homenageada no Obelisco do Ibirapuera.

Itararé, Socorro, Cruzeiro, Cachoeira Paulista e Queluz são cidades do Estado de São Paulo que tiveram participação importante neste fato histórico. A assinatura do armistício em Cruzeiro, em setembro de 1932, também é abordada na produção.

O documentário deixa claro que a derrota militar abriu caminho para a vitória política. Em 1934, o país voltaria a ter uma nova Constituição, com avanços como o voto secreto e o sufrágio feminino. O 9 de Julho não é só um feriado, mas um marco na luta por direitos civis e Estado de Direito. Preservar essa memória é, mais do que nunca, um ato de cidadania.

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