Para além dos campos de batalha, as guerras também são disputadas nos salões diplomáticos em reuniões tensas, exigindo frieza como nos momentos do combate. E no encontro de uma improvável aliança formada para derrotar o Eixo na Segunda Guerra Mundial não foi diferente. O documentário inédito Churchill, Roosevelt, Stálin: A Paz Impossível, que narra como foram as negociações, estreia com exclusividade no Curta!. A obra inicia o mês de programação especial no canal e no streaming CurtaOn que celebra os 80 anos do fim da Segunda Guerra.
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Produzido pela ARTE France, o documentário tem roteiro e direção de Cédric Tourbe. E apresenta um vasto acervo de imagens ilustradas para detalhar os encontros entres os três principais líderes dos Aliados durante as conferências que mudaram o rumo da guerra e reimaginaram o mundo.
Numa crônica diplomática cheia de suspense, a obra é narrada a partir de registros de cartas, relato e diários. As missivas foram trocadas entre os representantes da União Soviética, Reino Unido e Estados Unidos, e os diários e relatos são de Charles Bohlen, embaixador americano na União Soviética que testemunhou, de assento privilegiado, as interações entre os liberais Roosevelt e Churchill e o socialista Stálin, unidos contra Hitler.
“Quanto mais penso em nossa situação militar e nas decisões estratégicas que serão tomadas, mais estou convencido de que devemos nos encontrar em breve. A razão mais imperativa é que estou muito ansioso para conversarmos”, diz Roosevelt em carta enviada para Stálin.
“Saúdo a ideia de uma reunião. Mas, infelizmente, a situação é tão tensa que não devo me ausentar, nem por um dia”, responde o tenso e evasivo soviético.
A obra apresenta as discussões sobre as estratégias para derrotar as tropas nazistas e as ideias para o mundo pós-guerra. Além das questões ideológicas, o documentário conta como os encontros eram recheados de segredos, mistérios e disputas quase enciumadas, que no fundo escondiam grande preocupação de Churchill com o arranjo político pós-guerra e a influência da União Soviética.
“Roosevelt tinha dois objetivos para o fim da guerra. Queria, antes de tudo, atrair seu povo, cujo isolamento persistente o preocupava, para a ONU. E, para isso, ele também precisava arrastar Stálin junto. Em segundo lugar, ele queria que Stálin declarasse guerra ao Japão, porque era isso que a opinião pública dos EUA exigia. Para ele, a Europa era uma questão secundária, cuja complexidade o irritava”, relata Bohlen.
O documentário traz ainda detalhes da conferência de Teerã, o primeiro encontro entre Roosevelt e Stálin, escanteando Churchill. Foi lá que debateram sobre o desembarque de tropas aliadas na primavera de 1944, na França, abrindo nova frente de guerra. E da famosa conferência no balneário de Yalta, quando o trio se reúne para definir os rumos do novo mundo.
Em fevereiro de 1945, às vésperas do fim da guerra, os três se encontram num evento único na história da diplomacia. Os relatos mostram como os americanos penaram para aguentar as competições com vodka entre soviéticos e britânicos, enquanto mais de 700 representantes das três potências resolviam as pendências, dividindo a Europa em zonas de influência, criando o rascunho de uma nova organização para a segurança mundial e dando início a uma nova era.
“Agora, somos uma grande família”, disse Roosevelt à Stálin antes da foto que entraria para a história: Churchill, Roosevelt e Stálin sentados lado a lado, sorridentes.
“Churchill, Roosevelt, Stálin: A Paz Impossível” é uma produção da ARTE FRANCE. O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br) a partir de setembro. A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 05 de setembro, às 22h.
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