
O cinema francês é pródigo em contar histórias sobre música. São filmes que ora exaltam a grandeza dos artistas, ora destacam a importância e a influência da música nas vidas das pessoas. Em “A Fanfarra“, drama de ficção que chega aos cinemas no próximo dia 7 de agosto, numa codistribuição Bonfilm e O2 Play, conhecemos uma história que mescla o melhor desses dois casos. Em 2024, o longa recebeu o Prêmio de Público do Festival de San Sebastián e integrou os festivais de Cannes e Varilux. E conquistou mais de 2,6 milhões de espectadores nos cinemas na França.
A história dirigida pelo consagrado Emmanuel Courcoul, mostra os irmãos, e músicos, Thibaut Desormeaux (Benjamin Lavernhe) e Jimmy Lecocq (Pierre Lottin), numa jornada de reencontros e descobrimentos. Os movimentos certeiros e firmes do maestro Thibaut contrastam com a insegurança quando ele é diagnosticado com leucemia. O medo e a incerteza aumentam quando, num teste de compatibilidade com sua irmã, Rose (Anne Loiret), Thibaut descobre que foi adotado quando era pequeno.
Na busca por sua recuperação, Thibaut descobre e conhece seu Jimmy, seu irmão de sangue. Ele também é músico, embora não tenha o mesmo reconhecimento e glamour de Thibaut. Enquanto um é um ícone celebrado que atua em grandes teatros no mundo inteiro, o outro se apresenta com uma simpática e pequena fanfarra, enquanto ganha a vida trabalhando na cantina de uma escola. A disparidade é clara e o choque está dado, com o longa discutindo também temas como a desigualdade e determinismo social.
Como irmãos, cada um tem seu jeito e suas particularidades, e o filme explora como essas diferenças foram acentuadas por anos de distância, ou melhor, de desconhecimento do outro. Contudo, Courcol monta sua história justamente valorizando essa descoberta, num (re)encontro permeado por greves, ensinamentos, aprendizados, choro, sorrisos e muita música.
“O que mais importa, seja qual for o filme, são os personagens e sua humanidade. E todo esse lado humano que me é caro e que você encontra lá é particularmente tocante e inspirador. Porque eu adoro histórias e especialmente aqueles que as dão vida: os personagens”, revela o diretor.
Mais do que um filme que explora o embate entre dois mundos diferentes, “A Fanfarra” conta, usando a paixão pela música como elo, como a vida pode renascer quando menos esperamos. De um jeito leve, que vai mesclando o drama com o tom de comédia, o longa mostra como novas experiências e novos caminhos podem surgir ao longo de nossas trajetórias, não importa o quão consolidadas elas estejam.
A doce história soa bem não só aos ouvidos – com a música desempenhando papel fundamental – mas também aos olhos, ao mostrar belas paisagens. As atuações de destaque de Lavernhe e Lottin – que de fato possuem dotes musicais – e dos divertidos componentes da fanfarra dão um suspiro em meio aos momentos de crise.
“Para a parte orquestral, a ideia era ir além de uma simples gravação de concerto e estar no coração da orquestra. Precisávamos obter tomadas que não se conseguem quando se vai a um concerto. Eu queria imergir em Thibaut, filmar suas mãos e suas expressões. Para a fanfarra, foi mais simples porque as coisas são menos formais e é um verdadeiro espetáculo em si, mais caótico, mais animado também”, conta Courcol.
Emmanuel Courcol – Diretor
Emmanuel Courcol é ator, diretor e roteirista. Ele descobre o teatro no Conservatório de Angers e é admitido na ENSATT (Escola da Rue Blanche) em 1981. Sua carreira como ator nos palcos incluiu trabalhos sob a direção de nomes como Jean-Louis Thamin, Roger Planchon, Didier Bezace, Robert Hossein e Marion Bierry. A partir dos anos 2000, Emmanuel Courcol começou a escrever roteiros, antes de estrear como diretor em 2012 com seu primeiro curta-metragem, Géraldine je t’aime, estrelado por Grégory Gadebois e Julie-Marie Parmentier.
Em 2015, lançou seu primeiro longa-metragem, Cessez-le-feu, com Romain Duris, Grégory Gadebois e Céline Sallette. Em 2020, foi a vez de Um Triunfo (Un triomphe), com Kad Merad, Marina Hands e Laurent Stocker. Courcol recebeu uma nomeação ao César de Melhor Roteiro Original em 2010 por Welcome, além do Prêmio Jacques-Prévert de Roteiro no mesmo ano. Um Triunfo foi selecionado para o Festival de Cannes 2020 e ganhou o Valois do Público no Festival do Filme Francophone de Angoulême, além do Prêmio de Melhor Comédia do Ano na 33ª cerimônia dos Prêmios do Cinema Europeu. Em 2024, com A Fanfarra (Em Fanfare) e recebeu o Prêmio do Público no Festival de San Sebastián.
A Fanfarra – En Fanfare
2024 /1h43 / Comédia dramática
Com: Benjamin Lavernhe, Pierre Lottin, Sarah Suco
Direção: Emmanuel Courcol
Distribuição no Brasil: Bonfilm e O2 Play
Classificação indicativa: Livre
Sinopse: Thibaut é um maestro de renome internacional que viaja pelo mundo. Ao descobrir que foi adotado, ele encontra um irmão, Jimmy, que trabalha em uma cantina escolar e toca trombone em uma fanfarra. À primeira vista, tudo os separa, exceto o amor pela música. Percebendo as capacidades musicais excepcionais de seu irmão, Thibaut decide reparar a injustiça do destino.
Deve ser lindo, quero assistir!!!🥰🥰🥰