Polêmico, ousado e visionário, Joãosinho da Goméa foi uma das figuras mais marcantes da cultura afro-brasileira do século XX. Negro, homossexual e babalorixá, transformou o Candomblé em uma celebração estética e política, enfrentando o racismo, a homofobia e o conservadorismo religioso de sua época. O curta Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé, dirigido por Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra, revive com poesia a história do pai de santo, interpretado pelo ator Átila Bezerra.
Narrado em primeira pessoa, o filme acompanha a jornada do menino nascido em Inhambupe (BA) que, após um período de doença e cura espiritual, iniciou-se no Candomblé e fundou, já no Rio de Janeiro, a célebre Roça da Goméa, em Duque de Caxias. Ali, sua forma singular de conduzir o axé — marcada por cores, música e teatralidade — o transformou em símbolo de liberdade e ancestralidade.
Rejeitado por setores tradicionais da religião, mas admirado por artistas e políticos, Joãosinho se tornou conhecido internacionalmente e até, segundo se conta, foi chamado de “Rei do Candomblé” pela Rainha Elizabeth II. Com músicas entoadas por ele e imagens de arquivo, o curta revela um artista da fé que fez da própria vida um ato de resistência.
“Se o candomblé assumiu uma postura de espetáculo de luz e cores, foi graças à minha roça na Goméa. Não posso aceitar que digam que desmoralizo o Candomblé apenas por gostar de enfeitar meus orixás ou brincar no carnaval”, afirma Joãosinho em uma de suas declarações mais conhecidas — frase que sintetiza a força de quem viveu sem renunciar a si mesmo.
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Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé
Dir.: Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra | Brasil | 2019 | 14 min | Livre
Exibição: 23 de novembro, sexta-feira, às 22h42, no SescTV.
Assista sob demanda, a partir de 23/11 em sesctv.org.br/curtas.
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