O novo episódio do Na Palma da Mari recebe Selton Mello para uma conversa em que o ator e diretor abre o jogo sobre a experiência de vivenciar o Oscar de perto, sua visão crítica sobre o consumo atual de streaming e os bastidores inusitados de sua carreira internacional.
Oscar, emoção e reconhecimento nacional – Durante o episódio, Selton revisita o momento em que a atriz Fernanda Torres foi premiada no Globo de Ouro, descrevendo a ocasião como uma catarse pessoal e coletiva. “A ficha caiu ali, na hora. Quando a Nanda ganhou, eu enlouqueci. Levantei, fui lá pra trás, não acreditei. Assisti ao discurso dela perto do banheiro, que era um lugar onde dava pra ficar em pé. Emma Stone passando, Adam Sandler, Nicole Kidman… e eu chorando”, revela.
Para ele, a vitória transcendeu a amizade, simbolizando uma reparação histórica para o cinema brasileiro. “Aquilo premiava a mãe, a Fernanda Montenegro. Aquilo vingava a Fernandona em ‘Central do Brasil’. Aquilo abria os olhos do mundo para os artistas que viriam depois”, afirma. Selton compara a recepção do público brasileiro ao fervor esportivo: “Eu senti, e ainda sinto, um carinho meio nacionalista, meio atleta, como a Rebeca Andrade. Quando cheguei no Brasil, as pessoas saíam das lojas e falavam ‘obrigado, lindo, foi demais’. Chorando, de longe. Isso é muito Olimpíadas”.
Bastidores de Anaconda e carreira internacional O ator também compartilha histórias inéditas sobre as gravações do filme Anaconda, destacando o contraste entre a produção hollywoodiana e a camaradagem no set. “No dia em que fomos indicados a três categorias do Oscar, eu estava filmando Anaconda no estúdio. O estúdio inteiro veio me aplaudir. Eles falaram: ‘Você sabe que é o único desse estúdio indicado ao Oscar?’. Por um momento, naquele dia, eu fui a pessoa mais importante daquele estúdio”, conta.
Sobre a dinâmica das cenas, Selton relata com humor o surrealismo de sua rotina de filmagem. “Quando eu vi, eu estava num pântano, com água até aqui, às três da manhã, com o Paul Rudd, falando inglês. Eu pensei: o mundo está muito louco”, diz. Ele ressalta ainda a generosidade do elenco internacional: “Eles são muito legais, muito maneiros, generosos, queridos, boa onda. Improvisavam, me abraçaram”.
Cinema, streaming e a “sala de estar” digital Em um momento de reflexão sobre a indústria, Selton pondera sobre a saturação de conteúdo nas plataformas digitais e a perda da experiência coletiva. “Tem filme que passa uma semana no cinema e vai direto para o streaming. Ele não tem fortuna crítica, não tem reviews, não tem reflexão sobre ele. Entra no meio de duzentos conteúdos. É a época do conteúdo e de pouco cinema”, analisa.
Ele também comenta sua postura nas redes sociais, que define como uma extensão de sua casa. “A minha rede social é a minha sala. Eu não vou na sua sala te avacalhar, então respeita a minha também. Pensem cinco vezes antes de escrever”, adverte, explicando que prefere postar conteúdos leves: “Coisas engraçadas, coisas que eu acho divertidas, para fazer alguém rir no ônibus ou no metrô indo para o trabalho”.
Serviço
Na Palma da Mari
Toda quinta-feira, às 20h (horário de Brasília), no canal CNN Pop no YouTube. No videocast da CNN Brasil, a jornalista Mari Palma recebe artistas, influenciadores e grandes nomes do entretenimento para conversas leves e autênticas. De carreira a paixões pessoais, passando por bastidores e curiosidades, cada episódio é um espaço confortável para histórias e risadas.
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