(Crédito: Reprodução/ Divulgação/ MICBR+Ibero-América)

O audiovisual e a animação chegam ao MICBR+Ibero-América 2025 como dois dos setores mais vibrantes, diversos e transformadores da economia criativa brasileira. Entre 3 e 7 de dezembro, em Fortaleza (CE), produtoras independentes, coletivos, roteiristas, animadores, diretores, curadores e artistas multidisciplinares de todas as regiões do país participam do maior encontro de negócios, formação e internacionalização da América Latina — buscando ampliar circulação, consolidar parcerias e abrir novas fronteiras para suas obras.

Serão 32 compradores e seis vendedores selecionados em 2025. Entre os representantes do Sudeste, a gestora cultural Suzana Markus, da Associação Carabina Cultural, destaca o encontro como oportunidade para ampliar o alcance das produções que dialogam com meio ambiente, ciência, território e imaginação.

Com uma trajetória que une cinema fantástico, ficção científica e projetos socioculturais em Minas Gerais, Suzana acredita que o audiovisual brasileiro pode — e deve — arriscar mais. “Precisamos experimentar novas linguagens, tirar o cinema do lugar comum e romper padrões. O público está pronto para narrativas que incomodem, provoquem e tensionem estruturas. O MICBR ajuda a legitimar esse movimento e a criar pontes para que nossas histórias circulem”, afirma.

Representando o Centro-Oeste, Walder Miranda Junior, da Kocria Audiovisual, chega ao encontro com a experiência de ter realizado sua primeira coprodução internacional a partir do MICBR 2023. Para o produtor audiovisual, planejamento e previsibilidade de fomento seguem como desafios centrais do setor, mas o encontro fortalece estratégias de expansão global.

“O MICBR é um ambiente riquíssimo para conexões. Foi decisivo para nossa coprodução com o Uruguai e segue sendo esse motor de inclusão, permanência e circulação para agentes culturais”, destaca.

Do Nordeste, o diretor e roteirista Wllyssys Wolfgang Reis Dias Araujo — da WW Filmes, em Pernambuco — representa a força de um audiovisual enraizado na Caatinga, com estética própria e rigor técnico. Sua assinatura visual, marcada por luz extrema, cores orgânicas e composições simbólicas, traduz um Brasil raramente visto nas telas.

“Ser selecionado para o MICBR é levar adiante narrativas que rompem estereótipos e oferecem ao mundo um território novo, com histórias e imagens que o mercado precisa para oxigenar suas telas. O evento descentraliza imaginários e dá passaporte para nossas obras dialogarem globalmente”, comemora.

Do Sul, a produtora Thais Peixe, da Miralumo Films — responsável pelo premiado curta “Napo”, hoje com mais de 18 milhões de visualizações no YouTube — destaca o potencial crescente da animação brasileira, mas também a necessidade de políticas específicas. “A animação é uma das linguagens mais caras e exigidas do mundo. Precisamos de editais e estruturas que entendam essas especificidades. O MICBR abre portas fundamentais, tanto para coproduções quanto para conversas diretas com players internacionais”, explica.

Em suas obras, Thais aposta em brasilidade, inovação gráfica e narrativas que tratam crianças com profundidade emocional — uma lacuna ainda pouco explorada pelo mercado.

Vitrine estratégica para o audiovisual brasileiro
Em comum, os participantes destacam o MICBR+Ibero-América como um ponto de virada para o setor. O evento combina rodadas de negócios, mentorias, oficinas, painéis e momentos de intercâmbio que aproximam o audiovisual brasileiro de mercados globais.

“O MICBR não é só feira: é termômetro de tendências e plataforma de articulação”, resume Mônica Nassar. Para Wllyssys Wolfgang, o encontro é também motor de descentralização simbólica: “O MICBR mostra ao mundo narrativas que nascem fora dos grandes centros. É onde nossos sotaques ganham passaporte”.
E, para Suzana Markus, é oportunidade de legitimar linguagens que escapam ao padrão: “Não vamos só apresentar projetos — vamos construir pontes”.

MICBR+Ibero-América
A edição 2025 é uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado, por meio da Secult Ceará, e Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor. O patrocínio é da Caixa Econômica Federal. Apoio do Sistema S e da Fecomércio.

Realizado em Fortaleza (CE), de 3 a 7 de dezembro, o MICBR+Iberoamérica combina atividades de formação — mentorias, oficinas, palestras e mesas redondas — com oportunidades de negócios, como rodadas, apresentações de projetos, showcases e momentos de networking. A iniciativa celebra a força da cultura brasileira e reafirma o papel estratégico da economia criativa no desenvolvimento sustentável, na integração regional e na valorização da diversidade cultural.

Saiba mais sobre o MICBR+Ibero-América 2025 aqui.

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