Com o melhor do audiovisual nacional, festival exibe obras que debatem temas relevantes e contemporâneos (Foto: Divulgação/ Curta!)

Ainda dá tempo: até esta terça-feira (15), o público poderá assistir e votar em suas produções preferidas do 3º Festival Curta! Documentários. Gratuito e online, o evento apresenta mais de 150 filmes e séries documentais brasileiras. A edição reafirma a força das produções nacionais ao registrar, em menos de um mês, 45% a mais de streamings do que a anterior e aumento de 63% do voto popular.

Apresentada pela Claro por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, a edição atual contabiliza, ainda, um aumento de 106% no número de interações no site do evento, o festivalcurtadocs.org.br. Esses acessos qualificados, numa comparação com o mesmo período do ano anterior, ultrapassaram mais de 40 mil.

“O Festival vem crescendo a cada edição. Vemos com alegria o aumento do público que nos assiste de várias localidades. O interesse é uma demonstração concreta da relevância da produção nacional viabilizada por políticas públicas e da importância de espaços de exibição. O Festival reforça seu papel como ponto de encontro entre realizadores independentes e o público, contribuindo para a circulação do audiovisual brasileiro”, avalia Juliana Zalfa, coordenadora do evento.

Dividido em duas mostrasProdução Canal Curta! e Outras Janelas, o festival celebra o melhor da produção audiovisual brasileira. As obras em exibição debatem temas relevantes e contemporâneos, resgatam episódios e figuras históricas e apresentam narrativas fundamentais nos campos das Artes e das Humanidades.

Na mostra Produção Canal Curta!, entre os conteúdos mais vistos até agora estão as séries “Para ver Freud”, de Lyana Peck, que atualiza os cinco principais conceitos ou temas que lançaram as bases da psicanálise de Sigmund Freud; “Potências da Imagem”, de Eduardo Goldestein e Evângelo Gasosuma, que investiga as manifestações e propriedades da cultura visual contemporânea e a segunda temporada de “Brasil Visual”, de Rosa Melo, com reflexões sobre produções artísticas contemporâneas que expandem o campo da arte e a fronteira do visível. A mostra é formada por produções viabilizadas pelo FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) e que estrearam entre junho de 2024 e maio de 2025 no canal.

Entre as obras da mostra Outras Janelas, algumas das mais vistas foram o documentário “Um Corpo Só”, sobre uma investigação acerca dos limites estéticos e éticos da arte que acompanha a trajetória da Tribo de Atuadores; a segunda temporada da série “Amazônia – Arqueologia da Floresta”, que acompanha uma equipe de arqueólogos no sítio de Teotônio, na Floresta Amazônica, com o objetivo de identificar indícios de antigas ocupações humanas e o filme “Ouvidor”, sobre a maior ocupação artística da América Latina, com 120 artistas de diversos países no centro de São Paulo.

Nos dias 5 e 6 de agosto, o Festival terá eventos presenciais que incluem as esperadas “Salas de Montagem” — sessões de obras em finalização — e masterclass. A programação, também gratuita, será divulgada em breve. O evento também conta com o apoio da Start Locadora e da Quanta, que darão prêmios adicionais aos vencedores. Os premiados serão anunciados em cerimônia no dia 8 de agosto.

GRANDES NOMES DA CULTURA BRASILEIRA COMPÕEM JÚRI
As produções participantes do festival concorrem a prêmios que somam até R$ 170 mil, distribuídos por um júri popular e um técnico. O corpo técnico de jurados é formado por grandes nomes da cultura brasileira. Na categoria Humanidades estão Lilia Schwarcz, Sueli Carneiro, Marcelo Balbio, Christian Dunker e Ana Flávia Magalhães Pinto. Lilia Schwarcz é imortal da Academia Brasileira de Letras, Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e, atualmente, professora sênior do departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP). Sueli Carneiro é filósofa, escritora, ativista antirracista e fundadora e atual diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra. Marcelo Balbio é jornalista e editor do Segundo Caderno do jornal O Globo. Christian Dunker é psicanalista e professor do Instituto de Psicologia da USP. Ana Flávia Magalhães Pinto, é diretora-geral do Arquivo Nacional, doutora em História pela Unicamp, mestre em História pela UnB e professora do Departamento de História da UnB.

Na categoria Artes, o júri é formado por Marieta Severo, Letrux, Adriana Rattes, Paulo Sergio Duarte e Inácio Araujo. A atriz Marieta Severo venceu quatro vezes o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), ganhou três kikitos no Festival de Gramado, dois prêmios Molière e dois prêmios Shell de Teatro. É fundadora do Teatro Poeira. A cantora e compositora Letrux é um dos principais nomes da música independente brasileira e foi indicada ao Grammy Latino pelo álbum “Letrux Aos Prantos”. Adriana Rattes é diretora executiva e sócia-fundadora do Grupo Estação, cofundadora do Festival do Rio e conselheira do Grupo Estação, do Canal Curta! e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV). Inácio Araujo é crítico de cinema do jornal “Folha de S.Paulo”, montador, roteirista e professor de cursos sobre história e linguagem do cinema. Paulo Sergio Duarte é crítico e professor de história da arte; curador de exposições e foi professor da Universidade Federal da Paraíba, da Universidade Silva e Souza, da PUC-Rio e da Universidade Candido Mendes.

Na votação do público, serão eleitos os melhores conteúdos da mostra Outras Janelas nas categorias Artes e Humanidades, que ganharão R$ 10 mil, cada. Haverá também o Prêmio Aquisição Canal Curta!, ao qual serão destinados R$ 30 mil para que a obra vencedora seja exibida no canal promotor do festival, com direitos disponíveis.

Por sua vez, o júri especializado escolherá dois conteúdos — um de Artes e outro de Humanidades — da mostra Produção Canal Curta! para receberem R$ 20 mil, a partir de finalistas também indicados pelo Júri Popular, além de destacar uma obra com relevância para o mercado educacional, com premiação no valor de R$10 mil.

O FESTIVAL
O festival busca não apenas premiar, mas também promover e dar visibilidade à produção independente nacional. Durante as últimas edições, o evento conquistou um público expressivo e celebrou documentários como “Àkàrà, no Fogo da Intolerância”, de Claudia Chávez, e “Incompatível Com a Vida”, de Eliza Capai, entre outros grandes vencedores. Com exibições democráticas e acessíveis através do site <festivalcurtadocs.org.br>, o Festival Curta! Documentários reafirma seu papel como um espaço essencial para o fortalecimento do audiovisual brasileiro.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui