A quinta edição do Festival TOCA terá mostra de cinema sobre o universo audiovisual da Amazônia. No Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), o CinemaTOCA In-Edit exibirá seis obras nacionais, algumas inéditas, sobre a diversidade da cultura amazonense. As sessões são gratuitas em horários distintos (às 14h, 16h ou 18h) e os ingressos podem ser retirados a partir das 9h do dia de cada sessão no site bb.com.br/cultura ou diretamente na bilheteria do CCBB. À frente da curadoria, o diretor artístico do Festival In-Edit Brasil, Marcelo Aliche, destaca os temas abordados. “As obras valorizam a diversidade da música da Amazônia brasileira. Os filmes abordam o protagonismo feminino, cenário musical no passado, presente e futuro, Bumba meu boi, entre outros assuntos”, adianta Marcelo.

Entre os dias 14 e 17 de agosto, o Festival TOCA será realizado no Centro do Rio com uma programação totalmente gratuita protagonizada pela cultura brasileira, valorizando a diversidade das canções, estilos e artistas. Além da mostra de filmes, haverá shows, debates e intervenções artísticas incluindo outros espaços emblemáticos da região, como Praça dos Arcos da Lapa e MAR (Museu de Arte do Rio). Mais informações em Link .

Um evento para todos:
Acessibilidade na Mostra de Filmes com LSE (Legendas para Surdos e Ensurdecidos), além de área PCD, abafadores e monitores para pessoas com deficiência intelectual.

Confira a programação completa:

Dias 14 e 16/08
BREGA S/A, às 14h – Dirigido por Vladimir Cunha e Gustavo Godinho
Duração: 60 minutos
Sinopse: Gravado entre os anos de 2006 e 2009, o documentário Brega S/A fala sobre a cena tecnobrega de Belém do Pará. Feito por artistas pobres, gravado em estúdios de fundo de quintal e com relações profundas com a pirataria e a informalidade, o tecnobrega é a trilha sonora da periferia da cidade, uma espécie de adaptação digital da música romântica dos anos 70 e 80. No filme, vemos qual a relação entre o tecnobrega e a popularização da tecnologia a partir do final da década de 90, bem como a maneira como esse estilo musical se associou à pirataria para criar uma rede de distribuição alternativa ao modelo proposto pelas grandes gravadoras. Entre os principais personagens estão o MC de tecnobrega Marcos Maderito, o “Garoto Alucinado”; DJ Maluquinho, uma espécie de Iggy Pop brega da periferia de Belém; e os DJs Dinho, Ellysson e Juninho, ídolos das aparelhagens, enormes sistemas de som que realizam festas itinerantes pelos bairros mais pobres da cidade.

Amazonia Groove, às 16h – Dirigido por Bruno Murtinho
Duração: 85 minutos
Sinopse: Cruzando a Amazônia paraense, o filme revela criadores e tradições musicais que pulsam numa região pouco conhecida dos próprios brasileiros. Através dos artistas, de suas vidas extraordinárias e da intangível força da região, fruto de antigas culturas, emana uma sonoridade única. O filme dá voz a uma parte fundamental do planeta, atraindo os olhares para uma quase desconhecida tradição musical.

Guriatã, às 18h – Dirigido por Renata Amaral
Duração: 86 minutos
Sinopse: O mestre Humberto de Maracanã é considerado o maior cantor de Bumba Meu Boi em São Luís, no Maranhão. Por mais de quarenta anos, o músico esteve à frente do Batalhão de Ouro do Bumba Boi de Maracanã, um dos principais grupos do gênero no estado. Falecido em 2015, ele tem sua história resgatada neste documentário. Com depoimentos do próprio Humberto, amigos e familiares, o filme retrata a personalidade multifacetada do mestre e seus feitos mais famosos

Dias 15 e 17/08
Mestras, às 14h – Dirigido por Aíla e Roberta de Carvalho
Duração: 52 minutos
Sinopse: O filme “Mestras” resgata composições, fazeres e histórias de mulheres que protagonizam a cultura popular da Amazônia, celebrando a potência feminina. Com direção da cantora Aíla e da artista visual Roberta Carvalho, destaques do Pará contemporâneo, o longa visibiliza mulheres amazônidas que têm papel fundamental na propagação e manutenção das tradições culturais da região norte do Brasil; Dona Onete, que começou a carreira com quase 70 anos de idade, participa com depoimento sobre a própria trajetória.

Lançado em 2024, “Mestras” alcançou um feito histórico ao ser o primeiro documentário longa-metragem do Pará a chegar ao Festival de Gramado, o mais prestigiado evento de audiovisual brasileiro. Realizado pela produtora 11:11 ARTE, o projeto conta com o patrocínio da Natura Musical via Lei de Incentivo à Cultura Semear, Fundação Cultural do Pará, e Governo do Pará. A Distribuição é da Kajá Filmes.

Em sua pesquisa, as diretoras Aíla e Roberta Carvalho mapearam diversas mestras do Pará, comumente omitidas nos registros da música nortista brasileira – o que reforça o quanto a história, de maneira geral, é contada por protagonistas homens, que pontificam em todos os setores, das artes à política. O documentário passeia por vertentes distintas da música do Pará – como o samba de cacete, com a Mestra Iolanda do Pilão; o boi, com a Mestra Miloca; e o carimbó, com a Mestra Bigica, do grupo Sereia do Mar. A cantora Dona Onete participa contando episódios significativos de sua história: ela gravou o primeiro disco aos 73 anos de idade e é hoje uma das referências da música paraense no Brasil e no mundo.

Concerto de Quintal às 16h – Diretor Juraci Junior
Duração: 80 minutos
Sinopse: “Concerto de Quintal” é um documentário de longa-metragem, que apresenta as diversas musicalidades que compõem a identidade sonora de Porto Velho, Rondônia. A partir do acervo pessoal do artista local, músico e compositor Silvinho Santos, o filme propõe um mergulho nas referências, estilos, gêneros e estéticas dos tantos sons ouvidos por diferentes gerações da música produzida na cidade. O artista cresceu em rodas de samba no quintal de sua casa e tantas outras pela cidade, onde seu pai, o também artista, músico e compositor Sílvio Santos, realizava suas produções e onde recebia ícones da música regional, como Jorge Andrade, Torrado e Manelão. Esse acervo é composto por gravações inéditas, armazenadas em fitas k7, atualmente sob os cuidados e propriedade da família do artista, que realizou a digitalização de todo material e que traz as vozes de compositores importantes para a produção sonora local.

O Clube da Guitarrada, às 18h – Dirigido por Tania Menezes
Duração: 57 minutos
Sinopse: Com influência da música caribenha e de ritmos brasileiros, como o choro e o carimbó, a Amazônia gestou um gênero único: a guitarrada, também conhecida como “lambada instrumental para a guitarra elétrica”. Com os mestres, Vieira, Aldo Sena, Oseas, Solano e Curica, o estilo se estabeleceu e criou raízes. Filmado entre 2022 e 2024, o documentário transita entre a memória e a história deste gênero musical paraense, mesclado à trajetória do Clube da Guitarrada, um coletivo de jovens músicos que se reúne desde 2017, uma vez por mês, no Espaço Cultural Apoena em Belém do Pará, para difundir e fomentar este estilo musical, mantendo vivo o riquíssimo acervo dos mestres guitarreiros do Norte do país.

Realização:
Lei de Incentivo à Cultura. Correalização ATO TODA ARTE e Sarau Cultura Brasileira. Patrocínio Prefeitura do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Cultura. Patrocínio Master Transpetro. Realização Ministério da Cultura e Governo Federal: União e Reconstrução.

Este projeto foi contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

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