Lélia Gonzalez (Foto: Divulgação/ Prefeitura de Belo Horizonte)

As filmagens do documentário Amefricanidade: A Voz de Lélia Gonzalez foram oficialmente concluídas com a participação de Sueli Carneiro, uma das maiores referências do feminismo negro no Brasil. A entrevista, gravada especialmente para a produção, encerra o ciclo em um gesto profundamente simbólico: colocar em diálogo duas matriarcas, Sueli e Lélia, cujas vozes atravessam gerações. A estreia está prevista para 2026, no Canal Curta!

Narrado pela própria Lélia Gonzalez, a partir de registros de arquivo, a produção reafirma a presença da protagonista. Sua voz se entrelaça a depoimentos de Benedita da Silva, Jurema Batista, familiares e companheiras de militância, além das pesquisadoras Flávia Rios e Raquel Barreto, que contextualizam a relevância de seu pensamento no feminismo e no antirracismo latino-americano.

“Acho impressionante que, tendo estudado no Colégio Pedro II, o mesmo de Lélia, nunca tenha ouvido falar dela ali. Conhecê-la mais tarde foi transformador: uma mulher de sorriso largo e muita sabedoria, que transitava com naturalidade entre o popular e o intelectual. Este filme nasce do desejo de compartilhar essa inspiração e mostrar que Lélia continua viva em nós.”, celebra a diretora Vanessa de Araújo Souza.

“Nosso desafio é traduzir a potência do pensamento de Lélia em linguagem cinematográfica. Cada escolha de imagem, som e ritmo é guiada pelo desejo de mostrar que sua obra não é apenas memória, mas presente vivo e horizonte de futuro.”, adiciona o montador Rafael Machado.

Além dos depoimentos, a produção acompanha a força coletiva da cultura negra brasileira, atravessada pela obra e pela vida de Lélia: um cortejo de carnaval, o jongo, a capoeira, a ancestralidade da Irmandade da Boa Morte, a energia de um terreiro de candomblé, o samba, o passinho, o slam, as artes plásticas de Lili de Almeida e até o futebol. Paixões de Lélia, flamenguista fervorosa.

Mais do que uma biografia, “Amefricanidade: A Voz de Lélia Gonzalez” é um mosaico de vozes e corpos que confirmam a atualidade de sua obra. O Documentário mostra, em múltiplas linguagens, que Lélia vive, inspira e continua a mover horizontes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui