As indicações ao Jackson Wild Media Award, considerado o Oscar do cinema de natureza, foram anunciadas em 4 de agosto. O documentário YANUNI – produzido pela líder indígena e ativista ambiental Juma Xipaia e por Leonardo DiCaprio, sob a direção de Richard Ladkani (Perseguição em Alto Mar e O Extermínio do Marfim) —, concorre em três categorias: Planeta em Crise (longa-metragem), Pessoas e Natureza (longa-metragem) e melhor longa-metragem (feature).
Cacica da aldeia Kaarimã, na Terra Indigena Xipaya, no município de Altamira (PA), Juma é protagonista e coprodutora do documentário que aborda seu combate diário e o de seu marido, Hugo Loss, agente ambiental e coordenador de operações de fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), contra ameaças como o desmatamento, a mineração e o garimpo, e em defesa dos territórios indígenas, povos e comunidades da Amazônia.
“YANUNI é o caminho e a ferramenta que escolhemos para ampliar nossas vozes para o mundo sobre a devastação que a nossa terra, a nossa casa e o nosso povo enfrentam todos os dias. Esta é uma produção que fala de nós, indígenas da Amazônia, e é feita também por nós. Por isso, estamos muito felizes em ver esse trabalho reconhecido mundialmente em uma premiação tão importante para a área ambiental. Dessa forma, nossa ação pela defesa da floresta vai ter mais visibilidade e ganhar cada vez mais parceiros nessa luta”, destaca Juma Xipaia.
O filme, uma produção da Malaika Pictures, é dirigido por Richard Ladkani e coproduzido por Leonardo DiCaprio, com produção executiva de Eric Terena. Tem participações das artistas indígenas Katu Mirim e Djuena Tikuna, na trilha sonora.
O Jackson Wild Media Awards é o principal reconhecimento mundial para filmes sobre natureza, ciência e conservação, destacando produções de alto impacto e narrativas sobre meio ambiente. Os vencedores serão anunciados durante o Summit 2025, que acontece em 2 de outubro, no centro Jackson Hole.
Sobre Juma Xipaia
Em 2016, quando tinha 24 anos, Juma tornou-se a primeira mulher a assumir o cargo de Cacique do Povo Xipaia na região do Médio Xingu. Atualmente, ela mantém o cargo de liderança, como cacica da aldeia Kaarimã, na Terra Indigena (TI) Xipaya, no município de Altamira, no Pará. Sua liderança é marcada pela defesa dos direitos humanos, ambientais e pela defesa dos territórios e dos direitos indígenas, dos modos de vida e da cultura desses povos, com ênfase na autodeterminação e na resistência contra as ameaças e invasões – por grandes projetos de infra-estrutura (como a hidrelétrica de Belo Monte), pela mineração industrial (como a mineradora canadense Belo Sun) ou pelo garimpo ilegal. Juma sobreviveu a seis tentativas de assassinato por enfrentar garimpeiros, grileiros e corporações multinacionais que ameaçam suas terras ancestrais. Com YANUNI, Juma mantém o compromisso inabalável pelos direitos indígenas e pela proteção ambiental, inspirando e provocando mudanças significativas no Brasil e no mundo.
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