Uma Londres do século XIX sombria, elegante e repleta de segredos mortais chega aos cinemas nesta quinta-feira (4): O Pior Homem de Londres, novo longa do cineasta português Rodrigo Areias, é um thriller histórico ousado, perturbador e visualmente arrebatador., consolidando-se como uma das estreias mais intrigantes do ano.

Com roteiro de Eduardo Brito, o filme mergulha o espectador no coração da era vitoriana para contar a história de um personagem tão enigmático quanto real: Charles Augustus Howell. Negociador de obras de arte, manipulador nato, agente secreto e mestre da chantagem, foi uma figura poderosa — e temida — nos bastidores da elite artística e política de sua época. Seu legado escandaloso foi tão marcante que inspirou Arthur Conan Doyle a transformá-lo no vilão Charles Augustus Milverton, imortalizado nas histórias de Sherlock Holmes como o pior homem de Londres.

Recheada de intrigas e traições, a trama promete nos transportar no tempo, com uma reconstrução visual impecável. Os figurinos — elegantes, suntuosos e fiéis à hierarquia social — e a direção de arte primorosa de Ricardo Preto foram idealizados para revelar muito mais do que estilo: contam histórias silenciosas, como os cabelos soltos de uma personagem em crise emocional, num universo onde mulheres só eram vistas de cabelos presos. Cada detalhe importa. Cada ambiente fala por si.

Com locações que exalam riqueza e decadência, o longa tem o intuito de mostrar um passado onde aparência, poder e segredos andavam lado a lado por meio das experiências visual e narrativa, trazendo o retrato provocador de um homem tão fascinante quanto perigoso. Assim, convida à reflexão sobre a aparência do mal e o fascínio que ele pode exercer sob a máscara da civilidade.

Rodrigo Areias: um nome de peso no cinema europeu
Conhecido por obras como “Surdina”, exibida na Quinzena dos Realizadores de Cannes, e “Ornamento e Crime”, Rodrigo Areias é um dos mais respeitados cineastas da nova geração portuguesa. Seu estilo autoral e sofisticado já rendeu prêmios e destaque em festivais internacionais. Em “O Pior Homem de Londres”, ele une rigor histórico, linguagem cinematográfica refinada e crítica social, criando um filme que tem atraído atenção da crítica especializada e do circuito europeu de festivais.

O jornal El País classificou o filme como “um retrato elegante e sinistro de uma sociedade à beira do colapso moral”. Já a revista Cineuropa destacou o “uso atmosférico da luz e da arquitetura como dispositivos narrativos”, comparando o longa aos melhores thrillers históricos do cinema contemporâneo.

Em ‘O Pior Homem De Londres’, Albano Jerónimo faz o personagem Charles Augustus Howell (Foto: Reprodução/ Divulgação/ Fênix Filmes)

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