Análises e Dicas #914 – ‘A Substância’ (The Substance)
– Sinopse: Uma estrela de TV e do cinema, anfitriã de um programa matinal de ginástica, sente a rejeição do mercado de trabalho assim que começa a “envelhecer”. Quando vê a oportunidade de, por meio de um líquido misterioso, autoclonar-se em uma versão mais nova, ela não pensa duas vezes. Disponível no Mubi.
– Análise rápida: Duas incongruências de um longa que não versa tanto sobre o etarismo em si: 1) por que a matriz não mantém o envelhecimento natural mesmo se alimentando da mesma forma que o clone? Assim, por que o clone também não envelhece da mesma forma e na mesma velocidade? 2) Como, com problemas sérios físicos, debilitada pela velhice extrema, ela consegue, do mais completo NADA, ser tão rápida, ágil, forte e resistente? Fora isso, um argumento interessante, cujo mote central é o quanto a vaidade e a busca por perfeição e fama a qualquer custo pode não apenas nos levar à insanidade, mas também nos transformar em aberrações. Há o exagero para que isso se faça claro, pois não deixa de ser um filme de terror. E a conclusão é a prova final: uma Carrie oposta, castigando todos aqueles que aplaudem a futilidade do nicho do entretenimento e a objetificação da figura feminina. Fotografia e edição trabalham para, juntas, construirem tensão psicológica e atmosfera de claustrofobia. Superzooms em feições e objetos somados a cortes abruptos refletem a fragmentação mental da(s) protagonista(s), perturbada(s) por pensamentos obsessivos e opressores, reforçando a complexidade emocional e existencial do filme. Muito interessante a forma como o roteiro evolui do conceitual ao sensorial, do sensorial ao horror e, por último, do horror à empatia. Sem uma atuação protagonista capaz de progredir da mesma forma, seria uma produção manca. Sorte de termos Demi Moore.
Vocês conhecem? Vão assistir? Estão maratonando os filmes do Oscar? Deixem nos comentários, curtam, salvem, compartilhem e não percam! 🙏🏼😊🍟🎬📺📕
