
Brigitte Bardot, icônica atriz e cantora francesa, morreu neste domingo (28), aos 91 anos, informou a Fundação Brigitte Bardot, instituição que ela mesma criou e presidia dedicada à defesa dos animais. A causa da morte ainda não foi divulgada pelas fontes oficiais.
Nascida em 28 de setembro de 1934, em Paris, filha de um comerciante de vinhos e de uma pianista clássica, ela começou a carreira como modelo ainda adolescente antes de ser alçada ao posto de estrela do cinema. Sua grande virada veio em 1956 com E Deus Criou a Mulher, dirigido por Roger Vadim, então seu marido, que a transformou em um fenômeno global e símbolo de sensualidade nos anos 1950 e 1960.
Ao longo da trajetória nas telas, atuou em dezenas de filmes emblemáticos, incluindo La Vérité (A Verdade), dirigido por Henri-Georges Clouzot e indicado ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira (atual Melhor Filme Internacional), em 1961, e outros títulos como A Garota de Biquíni e A Vida Privada. Bardot também experimentou a música, gravando diversas canções que ecoaram junto ao seu estrelato cinematográfico.
Após se aposentar do cinema em meados da década de 1970, Bardot dedicou-se com fervor à defesa dos direitos dos animais, criando uma fundação que apoia causas de bem-estar animal em vários países e que se tornou uma das marcas de seu legado fora das telas. Sua vida foi marcada por grande impacto cultural, engajamento apaixonado e, em tempos mais recentes, controvérsias que não diminuíram o papel icônico que ela ocupou na história do cinema mundial.
Conexão com Búzios-RJ
No Brasil, o nome de Brigitte Bardot ficou eternamente ligado à cidade de Armação dos Búzios, no Rio de Janeiro. A conexão começou em 1964, quando, já no auge da fama, resolveu buscar um refúgio longe dos holofotes. Em vez de escolher um destino óbvio como Saint-Tropez, desembarcou no pequeno vilarejo de pescadores no litoral carioca, acompanhada pelo namorado da época, o brasileiro-marroquino Bob Zagury.
Naquele tempo, Búzios era praticamente desconhecida internacionalmente — sem eletricidade em muitos lugares e com apenas trilhas de terra e estradas precárias. Bardot encontrou ali exatamente o que procurava: praias desertas, natureza selvagem e silêncio, um espaço para respirar longe da imprensa voraz que a perseguia desde o sucesso de E Deus Criou a Mulher.
Ela ficou aproximadamente quatro meses nesse primeiro período, circulando pela Praia de Manguinhos e cantinhos isolados da península. A estadia prolongada detonou um efeito inesperado: as fotos dela caminhando de biquíni ou sentada na areia começaram a girar o mundo e, de repente, Búzios deixou de ser um recanto esquecido e passou a ser cobiçado por turistas internacionais.
Houve uma segunda visita breve no fim de 1964 e início de 1965, mas com mais imprensa e menos sossego, Bardot partiu e nunca mais voltou. Mesmo assim, a cidade decidiu eternizar esse capítulo com a Orla Bardot, um calçadão batizado em sua homenagem e adornado com uma estátua da atriz que se tornou um dos pontos turísticos mais fotografados do balneário.
Décadas depois, Bardot ainda falava com carinho do lugar — inclusive em cartas públicas descrevendo Búzios como um dos momentos mais felizes de sua vida, ressaltando a beleza natural que a seduziu na juventude.




