
Sucesso na 49a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, dentro da programação da 2a Mostrinha, Maya, Me Dê Um Título, do oscarizado Michel Gondry (Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembrança), entra em cartaz nos cinemas dia 15 de janeiro. No Festival de Berlim, a animação ganhou o Cristal Bear, da mostra paralela Generations. Distribuído pela Filmes da Mostra, o longa chega em cópias dubladas em português e legendadas.
Conhecido por sua versatilidade e imaginação sem limites, o francês Gondry faz uma homenagem ao cinema em parceria com sua filha Maya Gondry num filme capaz de dialogar com todos os públicos. Ele e a garota vivem em países diferentes, mas isso não os impede manter contato, e, para fortalecer os laços, toda noite ele lhe pede: Maya, Me Dê Um Título. E, a partir das sugestões da garota, ele realiza um curta animado no qual ela é a protagonista.
A partir dessa premissa, a menina vive diversas aventuras na tela que transitam entre gêneros cinematográficos, como aventura e filme-catástrofe, mas sempre marcados pelo humor e a fantasia de forma lúdica.
“Eu tinha essa ideia de que ela apresentaria os títulos. Na primeira vez em que a mãe dela a filmou com a câmera do telefone, Maya disse: ‘Para o próximo projeto, teremos Maya e o Terremoto.’ Ela tinha três anos. Decidimos continuar com os mesmos conceitos ao longo do tempo”, contou o cineasta em entrevista.
Gondry também explica que fazer uma animação é um desafio, mas também lhe dá possibilidades que um filme com atores não tem. “Quando você faz um longa-metragem (live-action), você tem o roteiro com o personagem descrito. Você não quer que o ator siga o roteiro ao pé da letra, porque isso vai soar forçado e não haverá muita transformação. Mas também não quer mudar demais o roteiro para se ajustar à personalidade do ator. Então, eles precisam se encontrar no meio do caminho. Isso não acontece quando se faz animação, porque você cria o personagem ao mesmo tempo em que cria a história. Felizmente, eu tenho a Maya, e eu sei como ela é, sua personalidade, então criei a história ao redor dela.”
Na versão original, Maya, Me Dê Um Título conta com as vozes de Pierre Niney, como narrador, e Maya Gondry e Miriam Matejovsky, como elas mesmas. Na versão brasileira, a dublagem é de Camilo Schaden, Lara Alves e Milú Müller.
Desde sua primeira exibição no Festival de Berlim, o longa tem recebidos diversos elogios. “Gondry expande sua filmografia eclética com esta fantasia revigorante, revelando outra faceta de sua criatividade”, escreveu a revista The Hollywood Reporter. “Uma criação emocionante e inspiradora. Um filme que com certeza fará adultos e crianças sorrirem”, publicou a Dirty Movies.

Maya, Me Dê Um Título
Sinopse
Maya e seu pai, Michel Gondry, vivem em dois países diferentes. Para manterem contato, seu pai lhe pede todas as noites: “Maya, me dê um título”. Com base na resposta dela, ele cria uma curta animação, na qual Maya é a heroína. O diretor Michel Gondry dá vida a uma viagem poética e divertida que fará os pequenos sonharem… e os adultos sorrirem.
França, 2024, 62 min, livre
Direção e roteiro: Michel Gondry
Elenco original: Pierre Niney, Maya Gondry e Miriam Matejovsky
Elenco versão brasileira: Camilo Schaden, Lara Alves e Milú Müller
Produtor: Georges Bermann
Fotografia: Laurent Brunet
Montagem: J. Logan Alexander, Elise Fievet, Jake Schwartz
Distribuição: Filmes da Mostra
Sobre Michel Gondry
Nasceu em Versalhes, na França, em 1963. Frequentou a Escola de Artes em Paris e fez parte da banda Oui Oui. Dirigiu videoclipes para artistas e grupos como Björk, Chemical Brothers, Massive Attack, Daft Punk e The White Stripes. Em 1998, assinou o curta La Lettre. Realizou os longas-metragens A Natureza (Quase) Humana(2001), Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), que rendeu a ele e a Charlie Kaufman o Oscar de roteiro original, Sonhando Acordado (2006, 31ª Mostra), Rebobine, Por Favor (2008, 32ª Mostra), um segmento do filme Tokyo! (2008, 33ª Mostra), A Espuma dos Dias (2013) e O Livro das Soluções (2023, 47ª Mostra)



